quarta-feira, 20 de junho de 2007

TEATRO MUNICIPAL SEVERINO CABRAL: 43 ANOS FAZENDO HISTÓRIA

Desde de sua fundação em 1963, o Teatro Municipal Severino Cabral, localizado no
centro de Campina Grande, dispõe de projetos culturais. São projetos que visam o
incentivo do desenvolvimento de obras artísticas, como peças teatrais, musicais,
danças clássicas, entre outros.

Alguns desses projetos tiveram continuidade, como foi o caso do “Festival
Colegial” e da programação alusiva ao Dia Mundial do Teatro (27 de março), outros não. Novos
projetos foram lançados ao longo do tempo. Segundo a atual diretora do teatro,
Alana Fernandes, os projetos de maior relevância quase todos, senão todos, foram
criados pela professora Eneida Maracajá, que já administra o teatro por duas gestões.
Os dois projetos acima citados foram criados por Eneida Maracajá e funcionam até
hoje.

O Festival Colegial é uma amostra da produção artística das escolas públicas e
privadas que têm interesse de participar do evento. Não se têm uma data
definida, cada gesto realiza esse evento no mês que melhor lhe pareça. “Cada escola tem uma
hora para realizar sua apresentação. Geralmente os alunos expõem obras literárias (contos,
poesias, crônicas) no rol do teatro, e no palco peças teatrais, danças e
músicas” conta Alana Fernandes.

O projeto Festival Colegial tem como objetivo incentivar esses alunos a desenvolverem seus talentos motivando-os com a competição. Diferente do Festival Colegial, o
evento alusivo ao Dia Mundial Do Teatro tem data marcada, todo ano é realizado no dia
27 de março, geralmente o evento abrange a semana que antecipa o dia 27. Nessa semana
é realizada atrações de peças teatrais locais e de fora, bem como debates eoficinas.

Outro projeto permanente é o alusivo às comemorações do aniversário do teatro no
dia 30 de novembro, todo gestor organiza uma programação especial.
Um novo projeto foi criado esse ano por Alana Fernandes, que é o alusivo às
comemorações do Dia Mundial da Dança, dia 29 de abril. O evento aconteceu nos
dias 28 e 29 de abril com atrações locais como a Companhia Livre de Dança, a La Braca,
Brasilis, Ballet Clássico do espaço de dança do Teatro Municipal, e atrações de
Belo Horizonte, como o grupo de dança conhecido mundialmente o Camaleão.

Reportagem: Adeneide Santos
Aline Durães
Cláudia Cibeli

quarta-feira, 13 de junho de 2007

E O CIRCO PEGOU FOGO NA CULTURA NACIONAL

1964: Censura cala jornalistas, poetas, compositores, escritores, autores, artistas. Tudo o que era produzido, antes de ser publicado tinha que passar pelo peneirão da ditadura militar; e quem desobedecesse era cruelmente punido.

1988: Constituição abole a censura, defendendo a liberdade de expressão. Agora todos podem escrever, gravar, pintar o que quiserem, e no lugar dos militares, são as pessoas quem peneiram o que vão ouvir, ler, assistir, olhar, consumir. Liberdade, liberdade! Enfim, todos podem divulgar suas idéias. Salve, salve a Constituição de 1988! Salve, salve a liberdade de expressão! Salve, salve o Brasil!

2007: Audiência na 20ª Vara Criminal da Barra Funda, São Paulo, proíbe produção e comercialização do livro Roberto Carlos em detalhes, biografia do “Rei”, escrita pelo historiador e jornalista Paulo Cesar de Araújo. Motivo: o cantor Roberto Carlos afirmou ser o livro uma invasão de privacidade.

Em entrevista à revista Istoé, Paulo Cesar afirma ter proposto ao Rei retirar da obra o que o biografado considerava ofensivo, já que o que foi afirmado como invasão de privacidade representava 5% da obra. A tentativa foi inútil e os quase 11 mil exemplares foram queimados, ficando a editora Planeta obrigada a ressarcir Roberto caso ele compre nas lojas algum livro não recolhido. A biografia de 504 páginas foi fruto de uma década e meia de pesquisa da vida e obra do cantor. Lançada em dezembro de 2006, durante 5 meses foram vendidos 22 mil exemplares.

“Será uma mácula para sempre na sua biografia”, desabafou Paulo, que afirmou na entrevista, chorar diariamente pelo desfecho “reacionário” deste caso. Desde a Constituição de 1988 já se passaram 19 anos, e um fato deste pode representar o início de uma nova censura. Na realidade este é um marco para a cultura nacional, que pode custar caro mais na frente. Além de já estar surtindo efeito no meio literário: muitos autores de biografias não autorizadas estão desistindo de seus trabalhos.

Mas afinal, de quem é a culpa? De Roberto Carlos, que em nome de sua privacidade pôs fogo num árduo trabalho de um profissional que também é seu fã? Do autor, que escreveu a biografia mesmo sem a autorização do biografado? Ou da editora, que fechou acordo com o Rei na audiência de conciliação, ao invés de lutar pela vida da obra? É bem verdade que a vinda da liberdade de expressão abriu espaço para muita gente escrever calúnias, mentiras e entrar na intimidade das outras pessoas. É verdade também que ninguém gosta de ver seus segredos expostos. Mas Roberto Carlos, bem como a Justiça, deveriam lembrar que a partir do momento que o homem se torna público, a sua vida segue o mesmo caminho. O Rei é dos maiores ícones culturais brasileiros, sua biografia escrita tem grande importância até mesmo como fonte de estudo para trabalhos acadêmicos e tantas outras pesquisas. Censurar uma obra com este valor (ou com qualquer valor que seja), é um tremendo desrespeito para com toda a cultura brasileira. E Roberto, que também já sofreu com as rédeas da ditadura militar, deveria ter pensado melhor e pelo menos ter aceitado a proposta do autor de retirar os 5%, antes de se tornar (quem sabe) o pai da censura brasileira na década de XXI.

Reportagem: Silvia Jerlândia
Maria Clara
Jandirleide Anacleto

sábado, 9 de junho de 2007

CINECLUBE DE CAMPINA GRANDE ESTÁ ENTRE OS PONTOS DE DIFUSÃO DIGITAL DO MINISTÉRIO DA CULTURA

O Cineclube Bossa Usada, formado por alunos da Universidade Federal de Campina Grande, foi contemplado pelo edital de seleção do Programa de Implantação de Pontos de Difusão Digital do Ministério da Cultura. O objetivo do edital é apoiar a difusão da produção audiovisual brasileira independente, por meio da exibição não comercial em regiões desprovidas de aparelhos públicos de cultura e lazer.

Lançado no dia 13 de julho de 2006, durante a 26ª Jornada Nacional de Cineclubes, em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, o programa prevê a instalação de infra-estrutura de exibição audiovisual com tecnologia digital, a ser efetivada pelas entidades selecionadas, cuja finalidade prioritária será apoiar a difusão da produção audiovisual brasileira independente, através da exibição não comercial de filmes e obras audiovisuais e visa promover a formação de platéia crítica e conhecedora de culturas diversificadas, com ênfase na cultura nacional.

Segundo o Secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Orlando Senna, "Os Pontos de Difusão Digital se inserem nas políticas de democratização audiovisual desenvolvidas pelo Ministério da Cultura nos últimos quatro anos".

Para participar do edital, o cineclube campinense apresentou proposta composta por um projeto técnico, onde apresentava as justificativas para a instalação do ponto de difusão digital em Campina Grande, além de relatório acerca da realidade do setor audiovisual local, plano de ação para os primeiros 12 meses de funcionamento do ponto, plantas e croquis do espaço físico onde serão instalados os equipamentos e indicação dos recursos humanos, materiais e financeiros necessários à sua implantação e funcionamento, bem como um plano de manutenção e atualização dos equipamentos.

Foram apresentados no edital 195 projetos, de todas as regiões do Brasil, dos quais foram selecionados 100, sendo, destes, 47 da região Nordeste, 26 da Sudeste, 11 da Sul, nove da Centro-Oeste e sete da região Norte. Participaram da seleção técnicos e dirigentes do MinC e representantes de entidades do setor audiovisual designados pelo Secretário do Audiovisual, Orlando Senna, a quem coube a presidência da comissão.

Como não existe de direito, o Cineclube Bossa Usada contou com o apoio da Universidade Federal de Campina Grande, através da Unidade Acadêmica de Arte e Mídia. A universidade entrou com a personalidade jurídica exigida e a unidade acadêmica disponibilizou o espaço físico, com capacidade para 80 pessoas, necessário para a instalação dos equipamentos e realização das sessões.

O Cineclube receberá do Ministério da Cultura projetor digital, tela em formato widescreen (cinema), mesa de som, amplificador, caixas de som e dvd player, além de acessórios. Até o momento não foi assinado pela UFCG o contrato com o MinC, que possibilitará a entrega dos equipamentos e o início das atividades, mas o coordenador administrativo da UAAMI, professor Pedro Quirino, já disponibilizou o espaço e os equipamentos disponíveis no auditório da unidade – Datashow, DVD e som – para que o Cineclube possa realizar algumas sessões.

Em entrevista, Jhésus Tribuzzi, idealizador do cineclube, afirmou que “a idéia do cineclube surgiu depois que eu e uns amigos resolvemos ‘oficializar’ – na falta de uma palavra melhor – certos vícios e idéias”. Para Jhésus, “assistir filmes, discutir sobre diretores, atores, produções, escolas cinematográficas e tudo mais que tenha a ver com a sétima arte é algo que a gente faz desde 2003, 2004, antes até mesmo de nos conhecermos direito. Cada um tinha seu grupinho, outros viciados doidos pra aprender sobre cinema, e o tempo fez com que todo mundo acabasse se conhecendo e trocando informações”.

Em torno da união de diversos grupos surgiu o cineclube, como relata Jhésus: “Formamos um outro grupo, menor, de preocupados em estudar, discutir e fazer cinema. Além de divulgar a arte da forma mais correta possível, dando espaço para obras que normalmente não passariam por aqui, um dos objetivos da equipe é criar um ponto de centralização que possa unir todos os interessados em fazer cinema; uma tentativa de reunir todos os pequenos focos de criadores que existem por Campina Grande. Só assim existe a possibilidade de planejar algo maior, que saia do campo teórico e se torne, quem sabe, o início de um movimento unificado”.

Sobre o apoio do MinC e da UFCG, ele acredita que “o edital do Ministério da Cultura sobre Pontos de Difusão Digital, junto com o apoio da UFCG e do curso de Arte e Mídia, foi o complemento perfeito para a oficialização de todas essas idéias. Adequamos objetivos ao já referido edital e mandamos o projeto, que acabou sendo aceito. Estamos esperando o equipamento chegar para começar a botar em prática tudo o que foi pensado”.

Sobre a influência do incentivo no mercado cinematográfico brasileiro, Orlando Senna observa que "cerca de 60 por cento da produção brasileira poderá ser exibida nesse circuito independente. E vale ressaltar que, nas décadas de 60 e 70, muitos filmes obtiveram sucesso graças ao movimento cineclubista".

Ramon Porto, participante do Cineclube Bossa Usada, concorda com Orlando e aponta um novo papel para os cineclubes, na atual conjuntura: “Assim como o cineclube, no contexto da ditadura, foi uma ilha livre dentro de um oceano de opressão política, o cineclube hoje se faz necessário como uma ilha livre dentro de um oceano de opressão mercadológica, pronto para enxergar o cinema como ele é de fato”.

Além dos equipamentos, o MinC promete colaborar com a obtenção do acervo e deverá enviar para exibição no ponto de Campina Grande filmes de longa, média e curta-metragem, de ficção, documentários ou animações, produzidos no Brasil e no exterior, que se encaixem nos objetivos do edital.

O movimento cineclubista brasileiro, muito forte nos anos 60 e 70, sob a sombra dos governos militares e antes da popularização do home-vídeo e canais a cabo, vê nessa iniciativa uma oportunidade para retomar sua força. Do encontro onde foi lançado o edital, promovido pela FICC – Federação Internacional de Cineclubes e pelo CNC – Conselho nacional de Cineclubes Brasileiros, saiu a Carta de Santa Maria dos Cineclubes Ibero Americanos, onde seus representantes reivindicam “o direito à propriedade pública, essencial para o acesso à cultura de todos dos povos do mundo, em especial para aqueles onde não existem liberdades para o desenvolvimento da cultura”.

O financiamento direto deste tipo de projeto pelo MinC, sem a participação de instituições privadas, representa um sinal de que o governo enxerga como viável o patrocínio de cultura por outros meios que não envolvam a renúncia fiscal, como é o caso da Lei Rouanet.

A primeira medida neste sentido foi a democratização dos editais das estatais, especialmente Petrobrás e BNDES, que passaram a diversificar seus recursos, através da regionalização e do apoio a outros formatos, além do longa-metragem de ficção (curtas, documentários, animações, etc).

O BNDES passou a contribuir com esta nova política através da criação do Programa de Apoio à Cadeia Produtiva do Audiovisual – ProCult, que visa financiar a produção, distribuição, comercialização, exibição e os serviços de infra-estrutura. Ao contrário da renúncia fiscal, nesse caso não se trata de recursos a fundo perdido, mas havendo a necessidade do pagamento do empréstimo (custo financeiro, remuneração do BNDES e taxa de risco de crédito). O primeiro contrato do Procult já foi assinado e possibilitou a construção de um centro de produções pela empresa paulista Quanta.

Também a Agência Nacional do Cinema (Ancine) deverá em pouco tempo divulgar uma Instrução Normativa que prevê recursos incentivados através das leis 8.685/93 e 10.179/01 para a abertura de salas de exibição em municípios com menos de 1 milhão de habitantes e onde hajam poucas salas.

O próprio Ministério da Cultura, através do DOCTV, já realizou 74 concursos estaduais, produzindo 114 documentários (com 3026 horas) exibidos nas emissoras públicas de televisão.

Os Pontos de Cultura tornaram-se espaços de produção audiovisual de baixo custo, como nos casos retratados pela mostra "Vídeo de bolso" e o projeto dos Pontos de Difusão Digital, que deverão ter acesso aos acervos da Cinemateca Brasileira e do Centro Técnico Audiovisual (CTAv).

A Programadora Brasil (www.programadorabrasil.org.br) se prepara para atender aos circuitos de cineclubes, pontos de cultura, pontos de difusão digital e escolas. O objetivo é conseguir que o conjunto da produção audiovisual brasileira forneça "permissão de uso" para finalidades não lucrativas, garantindo que este conteúdo possa ser distribuído pelo MinC para o circuito não comercial.

Em troca do apoio recebido, o Cineclube Bossa Usada deverá realizar, assim que entrar em funcionamento, pelo menos duas sessões por semana. Embora esteja localizado nas dependências do Campus I da UFCG, todas as sessões do cineclube serão abertas ao público, gratuitamente, e pelo menos 60% dos filmes deverão ser brasileiros.

Reportagem e fotografia Émerson Saraiva

PERNAMBUCO NA HISTÓRIA (CALABAR HERÓI OU TRAIDOR?)

Domingos Fernandes Calabar (1600 - 1635) foi um senhor de engenho na capitania de Pernambuco, aliado dos holandeses que invadiram o Nordeste.

Pouco se sabe desse personagem controverso da História do Brasil: nasceu em Porto Calvo, Alagoas, na época era parte integrante da Capitania de Pernambuco,. Foi batizado na fé católica no dia 15 de março de 1610. Mulato, estudou com os jesuítas , fez dinheiro com o contrabando, a tornando-se senhor de terras e engenhos.

Calabar Contra os holandeses

Em 1580 Portugal passara para o domínio espanhol. A Holanda era, até então, aliada dos lusos, mas, ao contrário, grande inimiga dos espanhóis. Estes, dada a intensidade do comércio lusitano com os neerlandeses, estabelecem uma trégua, que vigora até 1621, quando retomam os embates.

Funda-se, então, na Holanda, a Companhia das Índias Ocidentais. Tendo invadido a Bahia, dali foram expulsos, em 1625. Continuaram atacando naus ibéricas e, a 13 de fevereiro de 1630 iniciam o ataque a Olinda.

O neto de Duarte Coelho, Matias de Albuquerque, vindo da Espanha, viera ao Brasil a fim de coordenar a defesa. Com o pouco auxílio que deram-lhe em Portugal apenas 27 soldados, chegando aqui recrutaran dentre os nativos homens que pudessem auxiliar na defesa. Apesar disto, perde primeiro Olinda, e depois o Recife. Retirando-se, iniciando um combate em guerrilhas, que duras derrotas infligiam aos invasores. Para estas emboscadas, muito contribuíra Domingos Fernandes Calabar, profundo conhecedor do território composto, no litoral, de baías, mangues, rios e praias - aos quais os holandeses estavam acostumados - e no interior pelas matas, às quais este povo costeiro não se adaptara.

Comerciante e contrabandista, Calabar vivia a percorrer aqueles caminhos, e com seu auxílio viram-se os holandeses forçados a abandonar Olinda, que incendeiam, concentrando-se no Recife.

Calabar mudando de lado

Por razões que nunca serão desvendadas inteiramente, Calabar muda de lado, em abril de 1632.

Por ambição, desejo de alguma recompensa entre os invasores, convicção de que estes seriam vitoriosos ao final, ou ainda mesmo por supor que aqueles colonizadores trariam maiores progressos à terra que os portugueses - o fato foi que Calabar traiu seus antigos aliados.

A vantagem mudara de lado - e os flamengos passam a conquistar mais e mais territórios, agora tendo ao seu lado o conhecimento de que necessitavam: conquistaram a vilas de Goiana e de Igaraçu, a ilha de Itamaracá e até o forte do Rio Formoso.

Seu auxílio foi tão precioso que até o forte dos Três Reis Magos, no Rio Grande do Norte, caiu sob domínio dos invasores que, com participação direta de Calabar destroem o engenho do Ferreiro Torto. Seu domínio estendia-se, então, do Rio Grande até o Recife.

Além de Calabar, aderem à proposta cristãos-novos, negros, índios e mulatos.

Pudsey, mercenário inglês à serviço da Holanda, descreveu Calabar com grande admiração: "Nunca encontramos um homem tão adaptado a nossos propósitos, pois ele tomava um pequeno navio e aterrava-nos em território inimigo à noite, onde pilhávamos os habitantes quanto mais dano ele podia ocasionar a seus patrícios, maior era sua alegria".Forçado a recuar cada vez mais, Matias de Albuquerque retira-se para Alagoas, durando as lutas já cinco anos.

A captura e execução de Calabar

Levava Albuquerque cerca de oito mil homens. Próximo ao Porto Calvo encontra um grupo de aproximadamente 200 holandeses, dentre este o próprio Calabar. Um dos moradores deste lugar - Sebastião do Souto - oferece-se para um ardil e as coisas começam a tomar novo rumo...

Utilizando-se deste voluntário, fiel aos portugueses, o plano consistia em infiltrar-se nas fileiras inimigas. Souto vai ao comandante holandês Picard, dizendo haver mudado de lado, convencendo-o a atacar as forças de Albuquerque, que informou não terem mais que 200 homens...

Armada a cilada, nela cai trânsfuga Calabar os holandeses se rendem, e Calabar é feito prisioneiro. Tratado como o mais vil traidor dos portugueses. Calabar é punido com a morte. Foi garroteado (forma de matar alguém através de enforcamento, apertando a corda com um pedaço de madeira em seguida foi esquartejado demonstrando assim a quem mudasse de lado o destino ao qual estava reservado.

Em Porto Calvo, os holandeses prestaram-lhe honras fúnebres - àquele a quem efetivamente deviam grande parte de seu sucesso.

Reportagem Ferreira Neto

Gilberto Silva

Flávio Roberto

sábado, 2 de junho de 2007

TALENTO E PROFISSIONALIZAÇÃO

Trabalhar com artes requer muito mais do que um curso superior ou técnico, requer talento e amor ao que se faz. Uyara de Souza Travassos, campinense de 24 anos cursou Desenho Industrial na UFCG, tendo concluído esse ano. Uyara fala de suas experiências e de como começou a trabalhar com artes plásticas.

Como e por que começou a se interessar por essa profissão:
Sempre me interessei por trabalhos manuais, como confecção de bolsas e bijuterias, além de ter interesse pela área de arquitetura. Entrei em Desenho Industrial por influência de meu irmão mais velho que também é Designer, e já trabalha na área de ambientação. Com o curso, pude unir as duas áreas que tenho interesse: a ambientação e a moda.

Curriculum (trabalhos anteriores):
Através de um estágio para o Treze Futebol Clube, desenvolvi o mascote utilizado nos jogos e uma central de atendimento aos torcedores, que está localizada na Loja do Galo, no centro da cidade de Campina Grande.

No que está trabalhando atualmente:
Desenvolvimento de maquetes visuais, onde são simuladas situações de ambientes que ainda estão em construção.
Qual a sua especialidade: Habilitação em projeto de produtos.

Viagens ou trabalhos extras realizados:
16º N Design, realizado em Brasília em 2006, onde ministrei a oficina: “Fuxico do meu Nordeste: Encadernando e fuxicando”.
Participação em algum projeto: Participei como voluntária no projeto de iniciação científica: “DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS PARA CURSO DE DESENHO INDUSTRIAL REALIZADO À DISTÂNCIA”, no ano de 2004.

Visão que tem do mundo e de sua “profissão”:
Trata-se de uma profissão de grande amplitude, visto que o profissional pode atuar que várias áreas, como projeto de produtos, projetos gráficos, ambientação, artesanato, moda, entre outros. O que falta é uma maior conscientização por parte de empresários e investidores em entender a importância de se ter um designer (projetista) nas suas empresas, para assim poder se desenvolver produtos de boa qualidade.
Reportagem Jandirleide anacleto
Silvia Jerlândia
Maria Clara

A SOCIEDADE E A ARTE

A arte é um conjunto de procedimentos que utilizados para realizar obras, e no qual aplicamos nossos conhecimentos, ela se apresenta sob variadas formas como: a plástica, a música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura etc. Essas manifestações exercem um papel de grande importância para a sociedade, pois é através delas que o homem fez seus primeiros registros, nos dando assim, a oportunidade de saber como viviam nossos antepassados.

Pinturas de animais pré-históricos, feitas em cavernas, revelam-nos rituais ligados à caça da época de 30.000 a.C, e da mesma maneira, batalhas e cenas rotineiras deram vida a gravuras, esculturas, pinturas e tantos outros produtos artísticos.

Pode-se dizer que as artes plásticas foram os primeiros passos também da atividade jornalista, já que durante muito tempo, a arte visual era o único meio de comunicação que os povos tinham, por tanto, a arte vem contribuindo para a formação da sociedade há muitos anos em diversas vertentes.

A produção artística faz parte de uma necessidade básica do ser humano. Enquanto esta necessidade é universal e atemporal, as formas pelas quais ela se manifesta, ou seja, os tipos de arte, tanto quanto ao tema, à técnica ou ao estilo estão constantemente mudando, renovando-se no processo de criar a cada nova obra uma expressão pessoal.
A sociologia vê a arte e a cultura como tudo o que hoje se generaliza como linguagem (oral, gestual, acção, espaços, tempos, ideias, sentidos, etc) a uma população. E também não ficam de fora manifestações como, erros, ideias próprias, miscigenação, emoções, histórias diferentes, pois a socialização é um molde que vemos à nossa maneira, é um ponto de partida.
Reportagem Silvia Jerlândia
Maria Clara
Edição Jandirleide Anacleto

ASSIS CHATEAUBRIAND O PIONEIRO DA MÍDIA

Ele nasceu na cidade paraibana de Umbuzeiro, em 4 de outubro de 1892, filho de Francisco José e Maria Carmem, durante a infância além de gago era raquítico, opilado e amarelo. O menino demorou muito a falar e esta dificuldade causava risos nos amigos, familiares, e nas pessoas próximas, no entanto o garoto cresceu tornou-se forte e superou obstáculos, cresceu e veio em busca de realizar seus sonhos na cidade grande.
De simples vendedor de tecidos na cidade do Recife, galgou postos, conseguiu prestigio social e tornou-se uma das personalidades mais fantásticas da política brasileira.
Empreendedor e pioneiro no ramo jornalístico, político, diplomata, visionário e gênio foi considerado como um dos mais brilhantes e temidos jornalistas brasileiros. Fundador dos diários e emissoras associadas, um conglomerado que incluía dezenas de jornais, rádios e revistas, espalhados pelo país além de vários outros patrimônios e empreendimentos como um grande laboratório farmacêutico, e a fabrica de chocolates Lacta. Segundo Fernando Morais, autor da biografia deste no livro Chatô o Rei do Brasil, algumas vezes ele foi chamado de chantagista, patife, ladrão, tarado, velhaco e escroque (poucas vezes pela frente, é claro), por críticos e inimigos. Como jornalista e dono de jornais e de todo um conglomerado usou e abusou do poder da imprensa para infernizar a vida de muita gente, chegou inclusive a usar sua influência para mudar um artigo na constituição brasileira, no governo de Getúlio Vargas, com a criação da famosa Lei Terezoca; traído pela amante usou de todos meios legais e até ilegais para obter a guarda da única filha contraída deste romance, algo que lhe parecia impossível, no entanto não se esquivou usou da influência política e fez com que o presidente, Getúlio Vargas, satisfizesse esse seu capricho pessoal, alterando a lei para beneficiá-lo.
O livro ainda relata uma briga de Chateaubriand com o jornalista David Nassér, pelo fato deste ter opinado na revista O Cruzeiro de sua propriedade sobre um fato que contrariava os interesses políticos e comerciais do mesmo. Chatô foi enfático ao dizer; “Jornalista que quiser ter opinião que compre uma revista, David Nassér retrucou” Se você quiser jornalista sem opinião contrate um pagando um miséro salário”. Chateaubriand teve um importante papel na política brasileira em diversos momentos, a começar pela revolução de 1930, chegou a ser preso, sem portar documentos vagando como fugitivo no Rio grande do Sul, confundido com um inimigo da revolução a qual apoiava foi colocado em um paredão para ser fuzilado, por revolucionários sendo salvo graças a comprovação de que realmente tratava-se dele fato este comprovado pela identificação de sua assinatura na carteira profissional de um de seus tantos funcionários correspondentes, que residia na cidade.
Nas artes plásticas Assis Chateaubriand teve um papel de fundamental importância como fundador do MASP e como um espécie mecenas, apoiando a cultura e artistas, através de parcerias com entidades privadas e governamentais também como investidor em trabalhos de artistas renomados especialmente na aquisição de verdadeiras obras de artes, por toda a Europa. Seja como jornalista, político ou empresário é inegável o papel desempenhado por Assis Chateaubriand no Brasil de sua época. Dono de uma personalidade controvertida, amado por uns e odiado por outros, tinha uma ousadia visionária e aguçada que a usava para investir em tecnologia e aparelhagem de seus meios de comunicação, conseguia com isso andar a frente de seu tempo, não é a toa que a televisão brasileira, deve muito a este jornalista que a trouxe para o Brasil.
Chatô conseguiu deixar-nos um legado e uma nova maneira de se fazer jornalismo no Brasil.
Depois dele a imprensa nunca mais foi à mesma.
Reportagem: Flávio Roberto
Gilberto Silva
Ferreira Neto